Com a Copa do Mundo, o futebol é foco do interesse de todos, por isso a
nutricionista Patrícia Bertolucci, diretora da P. Bertolucci Consultoria
Nutricional, explica como é a alimentação adequada para aqueles que
praticam esse esporte. Para Patrícia, os jogadores de futebol chegam a
ter uma necessidade energética de cerca de 4300 Kcal, por isso precisam
de uma dieta com quatro a cinco refeições por dia, balanceada e rica em
carboidratos (60-70% do valor calórico total), moderada em proteínas
(10-15%) e com pouca gordura (menos de 30%).
Dietas pré-competição devem
estar baseadas no fornecimento de carboidratos e alimentos de fácil
digestão, como massas, batata, trigo, aveia, etc. É muito importante
também, que o jogador tenha uma reposição de carboidratos durante e após
o treino ou jogo. Durante uma partida, a reposição de carboidratos deve
ser feita com a finalidade de se manter o desempenho de diversas
habilidades (motoras, sensoriais, visuais), retardar a fadiga muscular e
promover uma maior performance.
Geralmente, é aconselhável que o jogador consuma algum tipo de repositor
eletrolítico, bebidas isotônicas, produtos que associam eletrólitos e
carboidratos com o objetivo de hidratar e repor os sais minerais
perdidos durante o jogo com alta absorção.
É importante também algum tipo de repositor energético (em gel, pó, ou
barra): suplementos a base de carboidratos de rápida assimilação que
devem ser consumidos imediatamente antes e durante o jogo. Auxiliam a
sustentar a glicemia, mantendo as reservas de glicogênio e garantindo o
desempenho.
São fundamentais também os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA)
classificados como ergogênicos, ou seja, nutrientes específicos para
melhorar o desempenho físico, e prevenir o dano e a degradação de
proteínas musculares, atrasando a fadiga mental.
A creatina pode contribuir para aumentar o desempenho e a energia
muscular, quando ingerida em doses específicas, de acordo com o peso
corporal. E a glutamina otimiza o sistema imune, ajudando a evitar o
aparecimento de infecções respiratórias, entre outras; as quais os
atletas que treinam intensamente são mais suscetíveis.
Manual de Nutrição do Atleta
Nunca treine em jejum, ou com intervalo maior de quatro horas entre a
última refeição e o treino. Um pequeno lanche pode ser um copo de suco e
duas bolachas de água, mas se houver tempo suficiente para a digestão,
faça sua alimentação normal.
Evite alimentos gordurosos na refeição que antecede o treino, como por
exemplo frituras, carnes gordas, creme de leite, queijos e presunto.
Evite muitas fibras antes do treino, como refeição à base de frutas, verduras e cereais integrais.
Hidrate-se sempre. O corpo só pede água quando ela já acabou. A sede é
sinal de desidratação. Tome sempre aos poucos e por todo o dia.
Sempre leve água para o treino, deixe por perto um pouco de água pura. Devemos beber no mínimo 300 ml de água por treino.
As bebidas isotônicas são repositoras, por isto, são indicadas após
treinos e competições para repor as perdas de sais e líquidos.
Sempre reponha os gastos musculares. Após treinos fortes, prefira
alimentos à base de carboidratos - como pães, massas, arroz ou batatas -
para repôr o glicogênio dos músculos.
Mantenha o equilíbrio calórico. O excesso de peso corporal proveniente
de gordura corporal, pode ser por ingestão aumentada das calorias
necessárias ou má distribuição entre as gorduras, carboidratos e
proteínas.
Avalie a perda de peso. A perda de peso rápida pode ser às custas de
desidratação e conseqüentemente, perda de massa muscular. Certifique-se
de que houve perda eficiente da gordura corporal, se este for o
objetivo.
Não consuma suplementos sem indicação de um profissional habilitado.
Muitos deles são considerados medicamentos, por legislação, e portanto
podem trazer riscos à saúde, se usados inadeqüadamente.
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FUTEBOL E NUTRIÇÃO
O futebol é o esporte mais popular e praticado no mundo.
Aproximadamente 88% de uma partida de futebol envolve atividades
aeróbias, e os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta intensidade.
Durante um jogo de futebol, os jogadores percorrem em torno de 11km.
Os
jogadores de futebol devem seguir uma dieta que contenha uma quantidade
de calorias adequada e permita tanto a manutenção de peso corporal
quanto o fornecimento de calorias suficiente para atender a demanda de
treinos e jogos. Esse gasto diário está entre 3.150 e 4.300kcal.
Carboidrato
A ingestão de 312g de carboidrato, nas 4 horas
precedentes ao inicio do exercício resulta em aumento de 15% no
desempenho físico. A ingestão de carboidrato 10 min antes do início de
um jogo diminui o uso do glicogênio muscular em 39%, aumenta a
velocidade de corrida e a distância percorrida na segunda metade do jogo
em 30%. Os jogadores que ingerem bebidas com carboidrato mantêm
intensidade maior de exercícios durante o jogo, comparados aos que
consomem apenas água.
A ingestão de carboidratos após treinos e
jogos deve ser feita o mais rápido possível para acelerar a reposição
dos estoques de glicogênio.
Após o exercício é indicado que se
consuma entre 0,7 a 1g/kg de peso corporal a cada 2 horas de carboidrato
nos primeiros estágios de recuperação, perfazendo um total de 7 a
10g/kg de peso corporal em 24 horas. Os carboidratos que devem ser
consumidos neste período são os de alto índice glicêmico (bolos,
biscoitos, pão branco, mel, batata cozida, tapioca, milho, etc), pois
eles promovem maior reposição dos estoques de glicogênio muscular,
durante as 24 horas de recuperação. A presença de outros macronutrientes
na dieta pós-exercício não altera a síntese de glicogênio muscular,
desde que quantidades suficiente de carboidratos sejam ingeridas
simultaneamente.
A ingestão de carboidratos deve representar
60 a 70% do valor energético total diário, ou seja, no mínimo 8g de
carboidratos/kg de peso corporal/dia.
Proteínas e Aminoácidos
As
necessidades de um atleta são maiores que as de um indivíduo sedentário
devido às lesões induzidas pelo exercício nas fibras musculares.
Uma dieta rica em proteína (carnes, ovo, leite, iogurtes, queijos) contribui na preparação dos atletas para uma competição.
Os
aminoácidos do fígado e dos músculos podem ser oxidados com produção de
energia durante o exercício, fator que pode ser aumentado pelos
treinamentos de resistência.
Os músculos também sofrem danos com
os exercícios intensos, mais comumente em nível microscópico, o que
ajuda a esclarecer a importância das proteínas nos processos de
reparação e recuperação.
A ingestão de 1,4 a 1,7g de proteína/kg de peso corporal por dia para jogadores de futebol é considerada a mais adequada.
O
fornecimento de proteína além desse valor pode resultar em estocagem do
esqueleto carbônico dos aminoácidos na forma de gordura, ou em oxidação
desses. A oxidação de aminoácidos aumenta o risco de desidratação por
causa da necessidade da diluição de seus metabólitos, excretados via
urina.
Gorduras
Junto com o carboidrato, a gordura é a principal fonte de energia durante o exercício.
Uma
redução muito severa no consumo de gorduras não é indicada, já que esse
nutriente participa do metabolismo, da produção de energia, do
transporte de vitaminas lipossolúveis e são componentes das membranas
celulares.
O total de lipídios (gorduras) consumidos deve ser igual ou menor que 30% do valor energético total.
Vitaminas, Minerais e Suplementação
Os
atletas estão sob o risco particular de ingestão inadequada de
vitaminas e minerais pelo fato de se exercitarem por muito tempo em alta
intensidade. Há também evidências de que pessoas fisicamente ativas
perdem minerais pelo suor excessivo, fezes e urina.
Algumas
vitaminas e minerais desempenham papel importante no metabolismo
energético. Por isso, a inadequação de um ou mais micronutrientes pode
comprometer a capacidade aeróbia e anaeróbia.
A suplementação,
tanto de vitaminas quanto de minerais, pode ser útil quando houver
necessidade de compensar dietas deficitárias por causa do estilo de
vida, assegurar demandas de certos nutrientes devido aos exercícios
extremos, corrigir alguma inadequação nutricional ou para atender às
recomendações de micronutrientes.
Outros tipos de suplementação são comuns no futebol, entre elas a de carboidratos, repositores hidroeletrolíticos e creatina.
A suplementação de vitaminas e minerais é bastante comum entre atletas como forma de melhorar seu desempenho.
A
suplementação vitamínica e de minerais melhora os níveis bioquímicos
destes micronutrientes, mas não altera a captação de oxigênio ou a
concentração de lactato no sangue durante exercícios aeróbios com
intensidade elevada.
Portanto, deve-se ter atenção especial em
relação ao consumo de frutas e hortaliças na dieta de um jogador para
assegurar ingestão adequada desses nutrientes e assim, não comprometer
seu desempenho.
REFERÊNCIAS:
BIESEK, S. Alves; GUERRA, Isabela, Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Barueri, SP: ed. Manole, 2005.
http://cidadedofutebol.uol.com.br/cidade07/
FONTE: http://www.janeteneves.com.br/content/view/22/53/
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Nutrição no Futebol
O futebol é um esporte intermitente caracterizado por
constantes mudanças de ritmo e intensidade exigindo uma alimentação
balanceada, variada e adequada para suprir as necessidades de energia e
nutrientes.
A alimentação, o treinamento e o descanso são aspectos
fundamentais para um bom desempenho no futebol. A alimentação é um dos
fatores que pode maximizar a performance, retardar a fadiga e acelerar a
recuperação entre as sessões de treinos.
A alta demanda energética nos treinamentos e jogos requer que os
atletas consumam uma dieta rica em carboidratos, pois esse nutriente é a
principal fonte de energia e deve estar em maior quantidade na
alimentação diária. Eles estão presentes em alimentos como: grão (arroz,
feijão), macarrão, batata, pão, cereal matinal, mandioca, milho,
frutas, etc.
Uma dieta rica em carboidratos é necessária para a manutenção e
aumento dos estoques de carboidrato (glicogênio) nos músculos para os
treinos e jogos. O baixo consumo de carboidratos está relacionado com
uma menor capacidade de treinamento, desenvolvimento de uma menor
velocidade, resultando numa queda da performance. É comum ocorrer essa
situação em jogadores com hábitos alimentares inadequados.
As proteínas são nutrientes essenciais para o crescimento e
recuperação muscular, além da produção de hormônios. Os alimentos fontes
de proteína são: carnes, leite, ovo, iogurte, queijo, feijão, etc.
Juntamente com o carboidrato, as gorduras também fornecem energia
para os treinos. Elas estão presentes nos alimentos que têm proteínas,
nos óleos vegetais (soja, azeite, milho, etc), na margarina, na
manteiga. O consumo excessivo de gordura não é recomendado, pela
associação com o desenvolvimento de diversas doenças.
As vitaminas e os minerais são importantes para a produção de
energia, crescimento muscular, transporte de oxigênio, manutenção da
saúde óssea, proteção contra doenças infecciosas, como a gripe, etc.
Para suprir as necessidades diárias de vitaminas e minerais é necessário
um bom consumo de verduras, legumes e frutas. O baixo consumo desses
alimentos pode resultar em perda de massa muscular, disfunção hormonal,
maior incidência de fadiga, lesões e doenças infecciosas, que se
constituem em algumas das principais características da síndrome do
excesso de treinamento ou over training.
As necessidades energéticas de jogadores de futebol dependem da
função tática do jogador na equipe, da distância percorrida e do estilo
de jogo. A intensidade e a duração dos treinos são fatores que
influenciam no gasto energético diário. Os jogadores de futebol são
considerados atletas que treinam em intensidade, de moderada a alta, e
têm suas necessidades energéticas em torno de 3150 a 4300 kcal.
A hidratação também é um item muito importante na alimentação do
atleta. Os líquidos regulam a temperatura do corpo e ajudam a prevenir
danos relacionados ao calor como a desidratação O consumo de líquidos
deve ocorrer antes, durante e após os treinos, pois a falta de água pode
levar à desidratação e fadiga muscular, diminuindo o rendimento.
"Ligia Parreira, nutricionista, mestre em Saúde
Pública – área de concentração Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública
da USP, docente da FEFISA – Faculdades Integradas de Santo André.
Histórico Profissional:
Atuação como nutricionista nas equipes Esporte Clube Santo André,
Clube Atlético Bragantino e São Caetano Futsal. Assessoria em Nutrição
no Palestra São Bernardo, Grêmio Esportivo Mauaense, Categorias de base
do Associação Desportiva São Caetano. Na arbitragem, quadro da Federação
Paulista de Futebol de Salão e Árbitro FIFA Paulo César de Oliveira."
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